Socorro para Socorro

20/07/2018 17:17

Entre uma investigação e outra, a gente vai conhecendo algumas pessoas e fazendo algumas reflexões. Hoje eu conheci Socorro (nome fictício), 46 anos, mãe, cozinheira de profissão, aliás, cozinhou por 12 anos no mesmo local para mais de 200 pessoas diariamente. Caiu no vício do “crack”, por motivos que não quis revelar.

Vive em um imóvel abandonado com outros moradores de rua. Assim, Socorro se tornou uma pessoa invisível para nossa sociedade.

Come de doações, principalmente de grupos evangélicos que os visitam costumeiramente. Afirma ter vontade de reestabelecer sua vida, mas me lembra que faltará confiança nas pessoas para lhe devolver a dignidade.

Socorro confessa que hoje já usa bem menos o Crack e diz que seria mais fácil se desprender da dependência, mas lamentou a falta de uma pessoa que pudesse resgata-la do fundo do poço ou talvez da metade do caminho do buraco. "Falta-me uma mão", concluiu.

Precisamos ser essa mão que Socorro preciasa, aliás, mais do que isso e urgentemente, enxergar tais pessoas como humanos.